sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pichadores: Rebeldes Urbanos

Ousadia incompreensível. Audácia irresponsável. Cores. Rabiscos. Mensagens difíceis de decifrar. Uma brincadeira que pode levar à morte.


O universo dos pichadores. Como eles agem? Quem são os jovens que arriscam a vida para mostrar força e poder? O que afinal os motivam? Uma viagem ao submundo dos pichadores.


Um alfabeto próprio. Assinaturas para alcançar a fama. Uma linguagem de sinais para marcar território. Os pichadores se auto-dividem em grupos. Alguns são considerados "grifes". São Paulo é considerada a capital brasileira da pichação. Os rabiscos fazem parte da paisagem urbana. Invadem espaços públicos e privados.


Para tentar entender esse universo à parte, o Conexão Repórter penetra neste gueto. O gueto dos pichadores. Dia e noite acompanhamos a rotina dos que se auto-denominam pichadores. Eles preferem a escuridão para exercer sua atividade criminosa. Crime que jamais admitem. Se arriscam. Desafiam o perigo.

É noite em São Paulo. Como em toda semana, grupos de pichadores se reúnem no largo do Paissandu, na região central. A droga rola solta. Jovens fumam maconha. Outros preferem beber. Mas a maioria só quer mesmo pichar. Sem dificuldades, ganham altura. Não parecem ter medo. Um vacilo pode ser fatal.


Um deles perde o equilíbrio e cai, mas não desiste. Ele sobe novamente até que é surpreendido pela guarda civil metropolitana. Quando os agentes vão embora, a pichação recomeça. Agora, a polícia chega. Os pichadores se agitam, pulam a janela. Os policiais saem da viatura, fecham o cerco.

"Sempre acabar o que começou". Essa é a máxima dos pichadores. Para eles, não existe tempo ruim. Até com chuva, eles encaram os muros e prédios. Atravessar a avenida perigosamente também faz parte da rotina. Subir no trem em movimento é mais um atrativo, mas é no alto dos prédios, que a fama do pichador aumenta. E sua marca fica mais visível. Vale tudo em nome da adrenalina.


A ação de vândalos que sujam a cidade com seus rabiscos. Seus códigos. É um problema que pode acontecer na sua casa, no seu prédio, na sua rua, em qualquer lugar. Os pichadores vibram com seus escritos que, muitas vezes, só eles entendem. Um universo que cria mitos, heróis, mas que também é traiçoeiro.